segunda-feira, 29 de julho de 2013

Simplicidade

Cada dia que passa estou mais mergulhada no processo da simplicidade. De ter menos, de querer menos. De querer ser simples, ser pouco. Ser só o essencial.

Cada dia que preciso ir a um shopping, que fico presa no engarrafamento, que acordo com o barulho de uma moto na rua ou um carro de som, me aumenta a vontade de ir pra longe. Pra onde o chão ainda não é de porcelanato. O fogão ainda não é cookie top.

Acredito que as relações de trabalho estão MUITO equivocadas. A maioria das pessoas que conheço conseguiriam fazer boa parte de seus trabalhos fora do ambiente da empresa. Poderiam trabalhar home office sem nenhum prejuízo ao serviço. Mas, não. As empresas (e as nossas leis trabalhistas retrógradas) querem que a gente acorde cedo, fique preso no trânsito infernal e vá ao trabalho conviver com gente chata e fazer ~network~.

O sonho de muita gente é ganhar na mega-sena. O meu não. O meu sonho é apenas conseguir levar a vida alguns quilômetros longe daqui. Pra poder ter coisas como horta no quintal, flores pra regar, fogão a lenha pra cozinhar, cheiro de café recém coado, amigos pra visitar.

É a música do Pato Fu que embala esse meu sonho. Mas poderia ser, também, aquela assim: "Eu quero uma casa no campo / Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé / Onde eu possa plantar meus amigos / Meus discos e livros e nada mais...".

"Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia

Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso

Busquei felicidade
Encontrei foi Maria
Ela, pinga e farinha
E eu sentindo alegria

Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia"